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Foto do escritorLuis Carlos Freitas De Oliveira

Claudia Wildberger




Nascida na cidade imperial – Petrópolis, serra do estado do Rio de Janeiro.

ossa entrevistada de hoje tinha tudo pra ter nascido uma princesa, mas sua história não foi

bem assim.

Hoje Claudia Wildberger é uma empresária artística bem sucedida, faz a gestão da carreira de nomes importantes no cenário artístico e cultural nacional, autora, CEO e curadora de novos títulos da "Editora Agora É", e apresenta Lives com temas bem

diversificados que são um sucesso desde maio de 2020. Seu lema é : "Vou deixar de ser

feliz por medo de ficar triste?"

E por isso mesmo esse foi o título do espetáculo teatral que escreveu ao lado do então marido, que virou livro e em breve uma série no

streaming.

Claudia é no mínimo um ser humano curioso, risada solta, multifacetada, diurna e

noturna ao mesmo tempo, não dispensa um bom papo e está sempre de bem com a

vida e disposta a estar ao lado de quem a solicite. Talvez seu signo, Câncer, tenha

alguma influência nesse sentido, mas não podemos deixar de atentar para se ascendente em Leão, afinal de contas é difícil passar despercebida onde chega.


Claudia Wildberger - Beleza & Foto Beauty Aramis & Freitas - Hotel Wydham da Barra

Claudia Wildberger - Beleza & Foto Beauty Aramis & Freitas - Hotel Wydham da Barra


BEAUTÉ : CLAUDIA COMO FOI A SUA INFÂNCIA EM PETRÓPOLIS?

CLAUDIA : Nasci em 1966 em uma família tradicional de classe média baixa, sou filha

única e meus pais após 10 anos de casamento se separaram. Na época era um escândalo casais se separarem e minha mãe voltou a morar com seus pais. Tive uma infância e adolescência muito privilegiadas. Apesar da minha família não ter uma

situação financeira “boa”, como se dizia na época, nunca me faltou nada. Os tempos

eram outros. E se comparar com hoje em dia fui muito bem criada. Nossas refeições eram controladas em quantidade, mas a mesa era posta com talheres de prata, copos de cristal, guardanapos de linho. Enfim... Tudo muito chique! Mas volto a dizer que eram outros tempos. Naquela época os casais pra se casar tinham que ter condições de ter um bom enxoval, o que incluía todos esses itens. Estudei em colégio públicos

bem tradicionais e logo no início da pré-adolescência senti necessidade de possuir

algumas coisas que minha mãe não podia me dar. Foi quando fui convidada a desfilar

para o showroom da Águia Catalina. Era a marca que fazia os maiôs das misses e era

muito famosa. Aos poucos fui sendo chamada por outras marcas e desfilei para

estilistas locais, malharias da Rua Teresa (tradicional pólo têxtil de Petrópolis),

Company, Yes Brazil. Esses desfiles me davam uma pequena renda e muitos presentes.

O trabalho era um grande lazer e eu tive oportunidade de comprar tudo que sonhava

na época. Obviamente meus sonhos eram sapatos, bolsas e roupas. Nada diferente do

que uma menina, entrado na adolescência, poderia querer. O dinheiro não era muito

mas pra menina que não tinha contas a pagar dava e sobrava. Comprei muitos

presentes pra minha mãe e isso mais tarde me consolou muito. Quando já no Rio

minha vida começou a estabilizar profissionalmente todas as vezes que lamentei a

falta de minha mãe, sempre tinha uma conotação com: Agora que posso dar a ela tudo

que me deu, ela não está mais aqui. E me lembrava que além de todo o carinho que

compartilhamos, tive a sorte de poder presenteá-la em diversas ocasiões com o dinheiro que ganhava com meu trabalho.


BEAUTÉ : POR QUE DECIDIU MORAR NO RIO DE JANEIRO?

CLAUDIA : Minha vida em Petrópolis foi incrível! Cidade pequena, como qualquer outra

tem seus prós e seus contras, mas minha infância e adolescência foram muito ricas em

experiências diversas. Eu conhecia muita gente e sempre me diverti muito. Tive muita

liberdade. E eu mesma impunha essa liberdade. Não quero romantizar, pois a minha

vida como e qualquer pessoa foi cheia de problemas. Problemas familiares,

relacionamentos frustrados, enfim...Mas o fato é que desde cedo eu tinha certeza que

minha vida não seria lá. Porém havia algo que eu não tinha como contornar: Minha

mãe abandonara seus sonhos pessoais para se tornar mãe e sua única e exclusiva

função era cuidar de mim. E eu, sua filha única, tive o privilégio de ter uma mãe

presente 24hs por dia. Mas quis o destino que em 1985 uma infecção hospitalar

levasse minha mãe aos 46 anos. Como nada mais me prendia por lá, parti para a

cidade que eu sempre amei e sabia que me acolheria. RIO E JANEIRO!


BEAUTÉ : EM 1985 NÃO ERA COMUM UMA JOVEM DE 18 ANOS SAIR DE SUA CIDADE A

NÃO SER QUE FOSSE PARA CURSAR UMA UNIVERSIDADE

CLAUDIA : Pois é, mas... Aos 16 anos, quando fiz o vestibular para Educação Física,

minha mãe teve muito receio de me deixar vir sozinha pro Rio. Imagina a filhinha ;uni

cadela sozinha na cidade grande? Por isso continuei em Petrópolis. Nesse período eu

já tinha sido professora assistente em creche, trabalhei na seguradora do pai de uma

grande amiga e fui Relações Públicas da Associação dos Lojistas da Rua Teresa (aquele

pólo têxtil). Apesar de ter muitas amigas e amigos na cidade e já ter namorado

bastante, realmente eu não me identificava como o modo de vida de Petrópolis. Nada

contra, pelo amor de Deus! Amor ser petropolitana! Tenho muito orgulho da minha

origem e certamente não teria me transformado na mulher que sou se não fosse

minha origem. Mas eu queria viver em uma cidade grande e mais do que isso tinha

muita vontade de escrever minha história em um lugar novo. Quinze dias após a morte

da minha mãe eu me mudei.


BEAUTÉ : E COMO FOI COMEÇAR ESSA NOVA VIDA?

CLAUDIA : Nunca é fácil pra ninguém e não seria pra mim.

Mas tinha ao meu favor os 18

anos, muita disposição, muitos sonhos e o mundo todo pela frente. Fiz a mala e parti

atrás do meu sonho de construir meu futuro. A parte da minha família que morava no

Rio estava em Ipanema e também por isso escolhi o bairro para morar. Na época como

não tinha muito dinheiro optei em alugar um quarto. Foi uma experiência incrível e em

um ano já estava morando sozinha. Trabalhei por um bom tempo como secretária

executiva até entender que não tinha vindo pro Rio para isso. Afim de voltar a estudar

e buscar a profissão que me movia decide fazer um curso de interpretação para tv na

Faculdade da Cidade e também me matriculei no Tablado (escola de teatro de grande

renome no RJ que lançou nomes exponenciais nas artes). A minha idéia era voltar a ter

a disciplina para o estudo e tive claro que um curso livre com uma abordagem

interessante iria me proporcionar o necessário.


BEAUTÉ : VOCÊ QUERIA SER ATRIZ?

CLAUDIA : Nunca pensei nessa hipótese e não foi por isso que fiz os cursos, mas me

abriu um leque de opções. Logo após saí daquele emprego formal e fui trabalhar em

uma agência especializada em atores e modelos negros. Foi incrível e acabei, apesar de ser produtora, fazendo uma novela como elenco de apoio. Nessa época ainda fazia

eventos como modelo e recepcionista. O dia a dia de produtora aliada ao contato com

a TV foi me formando como produtora de elenco. Função que desempenhei por alguns

anos.


BEAUTÉ : MAS DE PRODUTORA DE ELENCO PARA AGENTE ARTÍSTICA, GESTORA DE

CARREIRAS DE GRANDES NOMES DAS ARTES NO PAÍS NÃO É UM PULO GRANDE?

COMO ISSO SE DEU?

CLAUDIA : Estavamos no início dos anos 90 e no Brasil a figura do empresário não era tão

comum. Haviam escritórios de advogados que tratavam das contratações e algumas

agências de atores que foram se transformando em empresários. O fato de ser

produtora de elenco me fez contratar muitas celebridades. Era um momento muito

próspero no Brasil para grandes campanhas e presenças em eventos diversos. E tive

muita sorte de diversos artistas gostarem do meu trabalho. Se identificaram com a

forma que eu condizia as contrações e acompanhava os trabalhos. E assim me tornei

uma empresária artística que faz gestão de carreiras, desenvolvendo o planejamento

de carreiras e prospectando novos trabalhos.


BEAUTÉ : VOCÊ ATUA DESDE OS ANOS 90 COMO GESTORA, MAS NA ULTIMA DÉCADA SE

TORNOU PRODUTORA TEATRAL. ERA UM DESEJO?

CLAUDIA : Pois é, mais uma vez a vida leva a gente por caminhos inesperados. Alguns

artistas do meu casting, Leandro Hassum e Alexandra Richter, já haviam me convidado

para ser produtora de espetáculos deles, mas eu nunca tive vontade, antes, de atuar

nessa área. Até porque o meu dia a dia sempre foi muito intenso, com muitas viagens

de trabalho e fazer produção teatral não é fácil. Demanda de muito tempo e

dedicação. Mas ao buscar um texto para que o Yuri, meu marido na época,

protagonizasse , acabamos optando em escrever a nossa história. Afinal de contas era

uma história curiosa, pouco se falava em casais com muita diferença de idade onde a

mulher fosse mais velha.


BEAUTÉ : CONTA PRA GENTE COMO FOI ESSE PROCESSO.

CLAUDIA : Tivemos um episódio curioso de preconceito e isso nos acendeu a vontade de

falar sobre o assunto. Escrevemos a quatro mãos o espetáculo "VOU DEIXAR DE SER

FELIZ POR MEDO DE FICAR TRISTE ?" e tive a honra que ter meus convites para compor

elenco e equipe aceitos. Assim o gênio Jorge Farjalla transformou a nossa história que

à princípio seria contada de forma contemporânea em uma linda montagem lúdica.


BEAUTÉ : O ESPETÁCULO FICOU UM ANOS EM CARTAZ, FOI UM ENORME SUCESSO,

PREMIADA E MUITO DIVULGADA EM TODOS OS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO.

PODEMOS ESPERAR UMA NOVA TEMPORADA?

CLAUDIA : Estamos trabalhando para isso. O espetáculo está inscrito nas Lei de Incentivo

Fiscal do RJ e na Rouanet e em diversos editais. Espero em 2022 voltar aos palcos

cariocas e levar o espetáculo para SP e outras cidades.


BEAUTÉ : ALÉM DESSAS FUNÇÕES VOCÊ EM PLENA PANDEMIA ABRIU NOVOS BRAÇOS.

VOCÊ APRESENTA LIVES SEMANAIS ONDE CONVIDA DIVERSAS PERSONALIDADE PARA

FALAR SOBRE TEMAS DIVERSOS E ABRIU UMA EDITORA. COMO CONSEGUE TEMPO

PARA TUDO ISSO?

CLAUDIA : Parece que meu dia tem 48hs. Mas vale dizer que eu, apesar dos 55 anos,

tenho uma energia muito grande. As Lives são inclusive uma fonte de inspiração pra

muita gente e o retorno que recebo é incrível. E a editora foi uma idéia do meu atual

sócio que foi editor do livro do "Vou deixar de ser feliz por medo de ficar triste?" O primeiro título foi lançado pra venda em dezembro e hoje temos quatro títulos no catálogo e mais três em processo de finalização que serão lançados ainda esse ano.


Claudia Wildberger - Beleza & Foto Beauty Aramis & Freitas - Hotel Wydham da Barra

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Agradecimentos


Hotel Wydham da Barra

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